Exposição: O que fazer

O artista vai resgatar na imagem fotográfica semelhanças e empatias que derivam da construção de formas simples da geometria euclidiana, na escultura, para o universo quotidiano, cruzando imagens sem referente com fragmentos de objetos e dispositivos reconhecíveis, contudo descontextualizados, propondo-nos neste aspeto um jogo entre a abstração e a sua possibilidade descritiva.

Artista
Martim Brion

Curadoria
João Silvério

Vídeo
Henrique Barroso

Público: geral
 

 

Martim Brion confronta-nos com uma série de trabalhos escultóricos que transitam do formato tridimensional para a fotografia, para o texto e, em termos de composição, para uma estratégia formal estribada numa geometria abstrata que estabelece padrões equilibrados entre a escala e a proporção de uma paleta cromática de grande rigor e economia.

A referência à série, enquanto modelo e metodologia de trabalho, assenta em duas propostas de investigação: a primeira pode indiciar uma ideia de síntese e de austeridade, numa linhagem correspondente com a memória e o estudo da história da arte na sua residência neoplasticista e, de certo modo, minimal.

Neste processo, o artista vai resgatar na imagem fotográfica semelhanças e empatias que derivam da construção de formas simples da geometria euclidiana, na escultura, para o universo quotidiano, cruzando imagens sem referente com fragmentos de objetos e dispositivos reconhecíveis, contudo descontextualizados, propondo-nos neste aspeto um jogo entre a abstração e a sua possibilidade descritiva. A segunda proposta desenvolve-se enquanto condição suficiente da linguagem para determinar um campo de possibilidades que indexa uma forma, uma medida, uma cor ou uma hesitação sob a modalidade de um questionamento, descrevendo as caraterísticas de uma hipotética obra a ser realizada materialmente, mas que só existe enquanto expressão escrita do seu pensamento. Contudo, este já é um procedimento de matriz escultórica que revela uma lógica da construção do objeto mas que depende de uma questão da autonomia moral: o que fazer? Com esta simples pergunta, Brion coloca-nos perante essa dúvida que se coloca no momento anterior, e subjetivo, à realização de uma ação objetiva e assim à sua materialização no mundo que partilhamos. A exposição é deste modo uma construção conceptual que não se esgota na série processual, aqui enunciada, porque reconfigura no processo artístico, possuído de um repto de ironia, uma questão fundamental da condição humana. O que fazer?

 


Datas
2022-09-17 00:00 - 2023-02-12 00:00
Todas as datas
  • De 2022-09-17 00:00 a 2023-02-12 00:00
Local
Museu Ibérico de Arqueologia e Arte
Telefone
241330100
E-mail
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